Ser pessoa jurídica (PJ) emerge como uma opção repleta de independência e controle sobre a própria carreira. Mas, o que muitos não percebem é que, com a autonomia, vêm as obrigações, sobretudo as que estão relacionadas à gestão fiscal e tributária. Logo, isso faz surgir a dúvida: quanto o PJ paga de imposto?
Afinal, cada decisão pode afetar diretamente o seu rendimento líquido. O emaranhado de taxas e contribuições forma um cenário em que apenas os bem informados conseguem gerenciar sem sobressaltos.
Portanto, este artigo tem como proposta ser um guia a todos que estejam pensando em trocar a contratação CLT por um contrato em pessoa jurídica. Fique conosco até o final para entender como funciona sua tributação e quais são os impostos que fazem parte da rotina de quem é PJ.
O que é PJ e como diferenciar do CLT?
A figura do PJ refere-se a profissionais que prestam serviços por meio de uma empresa, sem vínculo empregatício.
Diferentemente de um funcionário CLT, o PJ tem autonomia, não possui benefícios trabalhistas tradicionais e é responsável por gerir sua própria tributação. Assim, ao decidir atuar como PJ, é vital ter ciência das responsabilidades fiscais que essa decisão implica.
Como funciona a tributação do PJ?
O PJ, ou pessoa jurídica, tem a responsabilidade de administrar e recolher seus próprios impostos, sendo que a emissão de nota fiscal é o instrumento que formaliza e valida esse processo.
Quando se trata de um serviço ou produto com valor a partir de R$8.000,00, é importante frisar que a taxa de tributação não é fixa. Ela pode variar de acordo com diversos fatores, como o tipo de atividade exercida, a localização da empresa, e a modalidade de tributação escolhida.
Dentro das opções de tributação, o Simples Nacional destaca-se como um regime simplificado, voltado principalmente para micro e pequenas empresas.
A adesão ao Simples Nacional oferece a vantagem de unificar oito impostos em uma única guia de pagamento, facilitando o processo tributário.
Contudo, não basta apenas optar pelo Simples Nacional, é necessário entender suas particularidades. Uma delas é a Declaração Mensal de Receitas Brutas, que, como o nome sugere, deve ser enviada mensalmente.
Essa declaração é crucial para que o governo tenha conhecimento das receitas obtidas pela empresa e, assim, calcule os impostos devidos.
Além disso, é importante estar ciente das faixas de receita bruta que determinam as alíquotas aplicadas no Simples Nacional. Dependendo do faturamento e da atividade exercida, a empresa pode ser enquadrada em diferentes anexos, cada um com suas respectivas alíquotas.
Por isso, é recomendável sempre contar com o auxílio de um contador ou consultoria especializada para entender todas as nuances e garantir que a empresa esteja em conformidade com suas obrigações fiscais.
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Quais são as modalidades de tributação para PJ?
O Lucro Presumido é um regime tributário em que a base de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é estabelecida pela aplicação de percentuais presumidos sobre a receita bruta da empresa.
As alíquotas de presunção flutuam conforme a atividade desempenhada. Por exemplo, para comércios, a presunção é de 8% para o IRPJ e 12% para a CSLL, enquanto para serviços, a taxa pode ser de 32% para ambos.
Essa modalidade é atraente para empresas com lucros que ultrapassam os percentuais estipulados, resultando em uma carga tributária reduzida. No entanto, uma desvantagem é a impossibilidade de aproveitar créditos de PIS e COFINS, com raras exceções.
Já o Lucro Real tem seu IRPJ e CSLL calculados com base no lucro efetivo da empresa, isto é, a diferença entre as receitas e despesas. O IRPJ é taxado a 15% sobre o lucro, com um adicional de 10% para lucros que excedem um certo valor, enquanto a CSLL é de 9%.
Esse regime permite deduções de despesas que não são aceitas no Lucro Presumido e o aproveitamento de créditos de PIS e COFINS. Contudo, sua contabilidade é mais minuciosa e a apuração mais intrincada.
O Simples Nacional, por outro lado, é um regime simplificado voltado para micro e pequenas empresas, consolidando oito diferentes tributos em uma única guia de pagamento.
Suas alíquotas são estabelecidas conforme tabelas e anexos, variando com o faturamento e a atividade empresarial, podendo oscilar entre 4% e 33%.
Esse regime destaca-se pela simplificação no recolhimento de impostos e pela redução da carga tributária para diversas atividades. Entretanto, há limitações de faturamento para adesão e, em certos cenários, a tributação pode ser mais onerosa do que em outros regimes.
Ao decidir sobre a modalidade de tributação, é essencial uma análise criteriosa de cada regime, levando em conta o perfil da empresa, suas atividades e projeções financeiras. Frequentemente, contar com o suporte de um contador ou especialista em tributação é vital para uma escolha bem informada.
Quanto um PJ paga de imposto e tributos em sua rotina?
Na rotina de um profissional que atua como Pessoa Jurídica, a complexidade tributária é uma realidade constante. Dentre as várias obrigações fiscais, destaca-se o pró-labore, que é a remuneração que um sócio retira da empresa pelo trabalho que executa.
Ao contrário de um salário convencional, o pró-labore possui particularidades na forma como é tributado, exigindo atenção especial para evitar deslizes fiscais. Por exemplo, sobre esse valor incidem contribuições específicas, como a contribuição previdenciária.
Além disso, o montante e a periodicidade desse pagamento devem estar claramente definidos no contrato social da empresa.
Além do pró-labore, o profissional PJ precisa estar atento a uma série de outras responsabilidades fiscais, que variam de acordo com o regime tributário escolhido e a natureza da atividade desempenhada. E é aqui que a organização contábil se mostra fundamental.
Ter registros financeiros claros, manter as obrigações acessórias em dia e estar sempre atualizado quanto às mudanças na legislação podem fazer a diferença entre o sucesso e os tropeços na gestão de uma PJ.
Para muitos, contar com um contador ou uma equipe contábil é não apenas uma ajuda, mas uma necessidade para garantir a conformidade e a saúde financeira da empresa.
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Quais são as diferenças entre PJ e CLT?
Ao comparar PJ e CLT, é preciso considerar os custos associados à contratação CLT, como FGTS, férias, INSS, entre outros, em relação à autonomia do PJ. Entender esses custos é vital para tomar uma decisão informada.
Confira o comparativo completo na tabela a seguir:
Aspecto | Pessoa jurídica (PJ) | Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) |
Vínculo Empregatício | Sem vínculo empregatício. | Possui vínculo empregatício. |
Autonomia | Maior autonomia na prestação de serviços. | Menor autonomia; subordinação ao empregador. |
Benefícios Trabalhistas | Não possui benefícios trabalhistas tradicionais. | Possui benefícios como FGTS, férias, 13º etc. |
Tributação | Responsável por gerir sua própria tributação. | Desconto de INSS e outros na folha de pagamento |
Modalidades de Tributação | Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real. | Não é aplicável. |
Responsabilidades Fiscais | Emissão de nota fiscal, Declaração Mensal de Receitas Brutas, entre outros. | Retenções na fonte (IRRF, INSS etc.) |
Pró-labore | Remuneração retirada pelo sócio pelo trabalho realizado. Contribuição previdenciária incide sobre esse valor. | Salário fixo com descontos legais. |
Obrigações Acessórias | Depende do regime tributário escolhido e da atividade. | Descontos legais como INSS, FGTS, IRRF. |
Suporte Contábil | Fundamental para gerir tributos e obrigações fiscais. | Geralmente gerido pelo departamento pessoal da empresa |
Ao analisar a tabela, é evidente que a escolha entre PJ e CLT depende das necessidades individuais do profissional e da empresa contratante. Ambas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens.
Enquanto o PJ oferece maior autonomia e pode resultar em uma remuneração líquida mais alta, ele traz mais responsabilidades em termos de gestão tributária e não oferece os benefícios trabalhistas tradicionais da CLT.
Por outro lado, um funcionário CLT tem menos autonomia, mas recebe benefícios garantidos por lei e tem menos preocupações com questões fiscais.
Portanto, a decisão deve ser tomada após uma análise cuidadosa de ambos os lados e, idealmente, com o auxílio de um contador ou especialista em direitos trabalhistas.
Ser PJ ou CLT é uma decisão que deve ser tomada com base em informações precisas e confiáveis. Se você busca assessoria jurídica especializada em direitos trabalhistas, conheça a Reis Pinto Advogados
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